Mercado de trabalho, veja a realidade para deficientes A Lei de Inclusão Social, aprovada em 2004, obriga as empresas com mais de cem funcionários a ocupar de 2% a 5% das vagas com deficientes. Mas esse tipo de inclusão, de acordo com o Conade (Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência Física), esbarra em algumas dificuldades para o deficiente.
A Lei de Inclusão Social, aprovada em 2004, obriga as empresas com mais de cem funcionários a ocupar de 2% a 5% das vagas com deficientes. Mas esse tipo de inclusão, de acordo com o Conade (Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência Física), esbarra em algumas dificuldades para o deficiente.
Segundo o presidente
do conselho, Alexandre Carvalho, dentre os maiores obstáculos que os
deficientes enfrentam, estão o preconceito por parte dos colegas de trabalho, a
necessária adaptação de ambientes de trabalho, como rampas e alargamento de
portas, e a dificuldade de comunicação com pessoas cegas e surdas.
Contratação
Mesmo com as
dificuldades, a contratação de pessoas com deficiência aumentou 56% de 2005
para 2006, depois de fiscalização do TEM (Ministério do Trabalho e Emprego). Em
2005, 12.786 deficientes foram contratados depois da empresa receber
advertência, enquanto no ano passado foram 19.978.
No primeiro trimestre
de 2007, o MTE registrou 4.151 deficientes inseridos no mercado de trabalho.
"Hoje em dia nós não trabalhamos com a noção de inserção, ou seja, levar
os deficientes para dentro das empresas. Nós queremos também que elas tenham
estabelecimentos inclusivos, que sejam capazes de receber qualquer pessoa para
a prestação de serviços", disse o procurador Regional do Trabalho, José
Cláudio Monteiro de Brito Filho.
Capacitação
Por causa das
dificuldades, muitos profissionais com deficiências desistem de buscar uma vaga
no mercado de trabalho. Outro motivo apontado para a exclusão desses
profissionais é a falta de qualificação.
De acordo com Andrea
Goldschmidt, professora da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e
sócia da Apoena Social, a lei tem o mérito de gerar possibilidade de inclusão
no mercado de trabalho para os deficientes, mas não leva em consideração as
limitações de encontrar profissionais que realmente querem e podem trabalhar.
"A valorização deles é grande, mas poucos têm formação adequada".
Setores
Em alguns tipos de
serviço, é exigida aptidão física, como para seguranças, em que a lei 7.102
obriga que passem por academias de vigilância credenciadas pelo Departamento de
Polícia Federal. "Até hoje nós não conseguimos achar uma pessoa com
deficiência que passou pela academia, fez o curso de vigilante e está apto a
trabalhar", disse Irenaldo Pereira, diretor do Sindicato das Empresas de
Segurança Privada no Distrito Federal.
Neste caso, o Conade
e a Secretaria Especial de Direitos Humanos devem votar um parecer, em
dezembro, que propõe que as empresas de segurança revejam cursos preparatórios,
de modo a incluir pessoas com deficiência.
Benefícios
O que impedia a
inserção do deficiente era o fato de ter de abrir mão do benefício pago pelo
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), destinado a quem não trabalha e tem
renda de até um quarto do salário mínimo. Desde setembro deste ano, decreto
prevê que os deficientes voltem a ter o direito do benefício, em caso de desemprego.
"Esse medo é
natural. Porque o custo de vida de uma pessoa com deficiência é 40% mais alto
que o de uma pessoa sem deficiência aparente. Então o risco de ir para o
mercado de trabalho, ser demitido e ficar sem nenhum tipo de assistência
assustava as pessoas", disse o presidente do Conade à Agência Brasil.
Fontes:
deficienteonline.com.br
http://fate.vc/trabadeficiente
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